segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Escrito em out 2014


O planeta é Mercúrio. Dentro do chalé no alto da colina estão Orson e Bookman, jogando buraco de frente pra lareira, e neva terrivelmente lá fora. Um impala preto aterrissa no quintal. Penpal, o mordomo de Monte Sul, cujos superpoderes se equiparavam aos das divindades hindus, onisciente, precognitivo, insigne enxadrista e rei dos suflês de abóbora, atende a porta. Um guarda-chuva se fecha ao que entram em cena dois personagens: Professor Rebimboca e o Inspetor Schultz, o primeiro em terno transpassado de preciso corte e caimento, e o segundo num par de botas clark kent de couro, engraxadas por um robô-jornaleiro em Bent'Street. A sala pode ser descrita pelo carpete azul escuro, o papel de parede listrado, inúmeras luminárias, caças empalhadas e uma estante ao pé da escada com talvez um par de livros que ninguém mais lê e um retrato da sra. Trafficlight.
Penpal pendura os casacos e se transporta de volta a seus afazeres. O Inspetor lança o chapéu sobre o cabideiro e se senta na poltrona junto ao fogo. O bigode dispensava formalidades. Disse "Apresento-lhes Professor Rebimboca, de Banana ba Rustemburg, meu mais novo companheiro de viagem".

- Quem diria! Um heresiarca de Umqombothi, em minha casa? - Bookman entusiasmou-se e cumprimentou-o com grande admiração. Desentendido dos estudos semíticos do binômio de Neilman - e um mero principiante em gramática avançada, Orson estendeu-lhe um breve e prosaico aperto de mão, o qual o cientista leste-europeu respondeu com seu mais amarelo sorriso. 
- Muito prazer em conhecê-lo, Professor! Meu nome é Farrismound Chapter Bookman, o sétimo filho da sétima geração dos Shelf, e o último herdeiro do sobrenome Pott, mas pode me chamar de Farris.
O Inspetor brincava com o velho Limonada no carpete. "O "Farris" foi ideia da sra. Pott. Nos velhos tempos os dois eram os maiores fãs dos The Creamberries que já conheci", e riu. "Se não me falha a memória ela entrou na igreja com o instrumental de Jelly Star, certo, Farris?". Bookman desconversou. "Por favor, queira sentar-se. Vocês dois devem estar famintos! Penpal prepara o melhor suflê de abóbora que o Homem jamais provou;  ora essa, pra onde foi aquele paspalhão quadrático de meia-tigela?".

"É aqui que eu apareço". Penpal fechou os olhos e se materializou na despensa. Ele sacode o nariz e sobre a bandeja surgem quatro xícaras, o bule, os pires e o açucareiro. As colheres ficam na primeira gaveta da esquerda pra direita. Ele acerta o penteado no metal espelhado da geladeira e amarra os cadarços do all star vermelho; porém pouco antes de cruzar a porta vai-e-vem entre a copa e a sala, ele prevê o futuro em que esquecia-se do leite, e portanto tratou de pegá-lo antes que isso acontecesse. Assim, imediatamente num passe de mágica e fissão nucelar, as visitas são servidas de bolo e de chá. Tipógrafo grisalho e tabelião, o retrancado Citizen Orson, mantedor dos velhos costumes de coar e de ferver, fintou a bebida fantástica num misto de ceticismo e desconfiança. "Bah!". Essas coisas esotéricas recordavam seu primeiro casamento, fato que muito o desagradava, e por conta disso, por debaixo da mesa, adicionou a xícara uma dose boçal de scotch escocês. "Mas afinal, o que o traz ao campo no meio do inverno, Inspetor?".

Bent'Street. Era um fim de tarde quente nos becos londrinos da capital Moksha quando Schultz pediu um café com espaguete num panucci de esquina, perto do capitólio. Estivera atrás de pistas do caso Listerdale, contudo naquele dia em particular a boa sorte e sua intuição sobrenatural não andavam ao seu lado. Deixou a gorjeta debaixo do copo de vidro, desceu a íngreme rua de paralelepípedos aos tropeços, sem pressa. Lustrou as botas e comprou um jornal, que foi dobrado e posteriormente esquecido dentro de sua pasta. 
Quando entrou na tabacaria uma fisionomia familiar fumava no balcão. O último trem para Rama partira a um hora, e o professor de linguística em Trilliam College, Archibald Percivall Rebimboca, não havia embarcado, quer seja pela vontade do destino ou pelo infeliz infortúnio de um rádio relógio sem pilhas. O Inspetor reconheceu a cartola sobre o rosto magro e nariz pontudo, talvez de um artigo no Calcutta The Telegraph, e lhe ofereceu carona até seu destino em Yukam, a pouco mais de trezentas milhas da atual charutaria turca. Abasteceram e partiram no impala sem freios com o sol no horizonte. "Já havia escurecido quando entramos no olho da tempestade", dizia o Inspetor. A inexplicável nevasca que viria a ser conhecida como "a maior desde o inverno de 76" derrubou as linhas telefônicas e bloqueou as estradas, "mas por sorte lembrei-me da fazenda Pott e seus sofás chesterfield, e, ainda não sei como, conseguimos chegar a salvo".
Dito isso Limonada olhou para a janela, levantou a orelha e latiu 3.14 vezes. Penpal, que não era nada bobo, e assim como todas as criaturas que já estiveram na estação de ônibus entre a vida e a morte, sabia que quando um cachorro late um número irracional, vem chuva por ai.


- Coronel Mostarda, com a chave inglesa na sala de jantar.

Limonada já foi o cachorro de estimação da sra. Pott. Ela o inventou em sua tese de admissão ao Clube de Ciências H.M.D. de Sonny City, antes de conhecer Orson e Farris, e muito antes do acidente de laboratório com Penpal. O nome era uma homenagem ao cãozinho de carne e osso que brincava com pequena Linda em suas férias de verão na fazenda Monte Sul, o Limão. Seu sucessor, um labrador artificial feito de elétrons e eletrosferas dispostas no formato e no tamanho de um labrador gordo, vencido pelo tempo e com problemas de cálculo, dormia agora aos pés do velho companheiro Farris.
Mas nem Limonada, nem eu ou o mais atento leitor saberia explicar quando ou como o frio sussurrante adentrara no chalé, nem tampouco por que os coiotes uivavam numa noite sem luar. A energia caiu e as baterias do rádio pifaram. Correram até o celeiro e voltaram com os lampiões e mais lenha para o fogo. Agora sobre a mesa havia um tabuleiro, um par de dados e vários marcadores multicoloridos, pois na ocasião investigavam cômodo por cômodo a mansão ficcional atrás do assassino do sr. Pessoa e a arma do crime. O Professor verificou a solução do caso no envelope e, como de costume, o Inspetor provou-se certo em seu palpite. Era seu jogo favorito. - Schultz, seu bastardo filho da mãe! Para o inferno com esse jogo de filisteus! - bradou Orson, em italiano. Bookman riu. "Jamais, caro amigo, subestime o faro dedutivo de um bom detetive", e tornou a embaralhar as cartas.
Os cavalheiros riam como garotos. Bebiam chocolate, falavam de meninas e contavam histórias de fantasmas. "Interessante observar o hominum colorati dos personagens", ponderou o Professor, manuseando de perto a pecinha de plástico em sua mão, em uma de suas poucas falas. - De fato, "Dona Violeta", "Srta. Rosa" e "Professor Black" são morfismos à altura de Berkeley e Padavona, um notável protótipo da associação caleidoscópica das cores como metáfora para os peões.
Orson ainda estava frustrado por ter hipotecado a Avenida Atlântica, e não mediu esforços para entender o que o Professor dizia. Raramente o fazia. Bebeu o chocolate com scoth e arqueou as sobrancelhas. Mal sabia ele, mas algo que o Professor disse ecoou até os confins inexplorados de seu cérebro, provocando o refluxo etílico-gastro-cognitivo de uma memória empoeirada aleatória, há muito esquecida, que emergiu à consciência com um arroto de pura inspiração. Em outros termos, Orson experimentou a conhecida sensação de lembrar-se, por acaso, de uma coisa tão trivial e estupidamente específica que jamais recordaríamos de outra forma que não sem querer. Essa lembrança enferrujada era um pequeno versinho, mais ou menos assim:

"Henry se despertó de la pesadilla en el asombro acecho. 
'Llama a la policía, Conserje Verde! Hay algo malo en el Lado Derecho!'".

Os outros contêm suas jogadas, surpresos. O Inspetor então indaga as origens do poema. "Que merda é essa?", ele pergunta a Orson, que se reclina na espreguiçadeira para recordar a longínqua Steinhäger de trinta anos atrás, quando ainda tinha namoradas e não lhe faltava cabelo, "ou o contrário". Era a sua vez de contar uma história.


Pois bem. Num brechó da vizinhança, às dezenove horas de uma terça-feira, a srta. Gale limpava o balcão e o jovem Citizen era seu último derradeiro cliente. Era verão e segundos antes começara a chover forte, Orson voltava da praia a pé e portanto aproveitou o abrigo para cortejar a filha mais nova do antiquário, a srta. Gale em questão, e procurar por trocados ou cigarros no bolso dos casacos, um dos quais era um sobretudo Doyle, manchado e sem botões, com papel no bolso interno. A srta. Gale se aproximou, mascando chicletes. "Se não fosse tão bonita podia ter sido uma das Spice Girls", pensou. 

- Perdeu alguma coisa?

Ual, ela era realmente muito bonita. Um pouco vesga, sim, "mas é tudo uma questão de ponto de vista", como costumava dizer. Citz já havia formulado uma resposta, e também sentia-se pronto e confortável para apresentá-la, mas foi bem quando sua revista despretensiosa pelo casaco revelou a ele um livreto de poucas páginas, amarelas e dobradas, desbotadas, quase inteligíveis, do tamanho de uma carteira de cheques. A srta. Gale estourou uma bolha de goma, "Trinta centavos", e voltou a mascar.
O sumário listava três contos, dois dos quais a tinta se apagara com o tempo e um terceiro incompleto, com a última página rasgada fora. Não se via menção a autor, ano ou editora, afora talvez o título em caixa alta, "INVENTOS", e o prefácio em espanhol assinado por um jornalista de graça Cartel Spenta. A srta. Gale checou a caderneta do pai, mas lá não havia registro de quem ou quando venderam o casaco. - Caraca, sinistro. Citz puxou uns trocados do bolso do Doyle e saiu da loja com as páginas debaixo do braço.

- Pegou? - interrompeu o Inspetor. O Professor riscou um fósforo e acendeu o cachimbo. Orson continuou.

A terceira historieta contava as desventuras de Henrique, trancado e sozinho num teatro vazio "ao limiar da meia noite", e de como um terrível acaso linguístico o conduziu a um banheiro masculino ligeiramente menos real, dividido entre o velho teatro no mundo como o conhecemos e seu reflexo espelhado na zona além da imaginação.
O narrador segue o garoto pelo labirinto por trás do espelho, revelando uma terra perdida, governada por sua própria física bizarra, contrária as leis da relatividade e gravitação e segundo a qual, nas palavras do autor, tempo e distância "constituiriam noções tão sólidas quanto as ameixas de um pudim de ameixa". (N.T.) Aqui fica evidente que o autor havia de ser fascinado por estes jogos de sombras, escadas de Escher, charadas e adivinhações que distraem as crianças menos inteligentes e os apreciadores da literatura menor, flertando, no entanto, com abstrações de uma matemática macabra, extremamente avançada e por vezes assustadora.
Noite adentro o pequeno Henry desbravou as masmorras secretas ocultas na latrina, cruzou o oceano alfabético sem fim que separa o R do X, usurpou o trono da rainha de Copas, libertou as deusas ibéricas de seu exílio invernal nos frios calabouços masoquistas de Grayskull - e eventualmente desposou as mais formosas, inventou o francês e se mijou de rir com a dança do pentagrama invertido dos dois demônios gêmeos, tudo isso sem jamais deixar o banheiro, "por eones a través de la aurora." (Numa clara alusão ao "The Night of a Thousand Years" de S. Taylor Coleridge).
De manhã o zelador, frequentemente descrito como um beato praticamente cego e "quase sempre resfriado", vestido em seu macacão verde e com o cabelo preso num rabo de cavalo debaixo do boné do mickey mouse, encontra o garoto dormindo sobre o assoalho sórdido, com o grimório numa mão e a gramática na outra. "É assim que termina a sexta página", dizia Orson, "o que vem a seguir é o que lhes contei antes, e isso é tudo que eu sei".
"Eu tenho um mau pressentimento sobre isso", disse Penpal para si mesmo quando o Limonada latiu 1.618 vezes e depois se escondeu debaixo da poltrona.


A sala mergulhou num silêncio que perdurou por um instante mais longo que os demais, as labaredas estalavam na lareira e sua luz projetava quatro sombras na parede. Bookman não pode deixar de perguntar ao Professor se em seus estudos gramaticais nunca ouvira nada parecido com a lenda do menino Henrique e o banheiro impossível, o qual este respondeu com surpresa e rispidez. - Perdão, Mr. Bookman? Só posso ter entendido errado. Ouçam bem, vocês todos: Não há tempo em minhas viagens para contos policiais ou stephenking'zisses de quinta. Imagine! Sou um historiador, cruzes, não o Professor Jones - disse ele, recolocando fumo no cachimbo.

O Inspetor lembrou-se dos Irmãos Bacalhau e o grande roubo de 77. Lembrou-se dos fora da lei Danny Dinamite e Ketchup Kid e a maior perseguição policial jamais vista pela cidade do Rio. Lembrou-se de Chips, o lendário Sunset Ride da BR-102, seu amigo, parceiro e sensei na patrulha rodoviária, e de como uma colt pacificadora estourou seus miolos no cruzamento da Sundance com a Cassidy. Também lembrou-se de uma véspera de natal num McDonald da estrada. Chips dizia que podia julgar um homem só pela maneira que ele fuma seus cigarros. - Vê este palhaço, Jr.? - perguntou o tira de meia idade, apontando o milk-shake de cinco pratas para o boneco sorridente de papel na entrada, boneco este que na época também estrelava o comercial da Marlboro - Ele é um sacana, um pervertido masoquista filho da mãe que come criancinhas com picles postiços e seu molho especial antropofágico doentio - parou um instante para admirar seu hambúrguer feliz e piscar para a mocinha no balcão. Junior Schultz polia o distintivo com um guardanapo. - Nunca confie num palhaço, Jr. - concluiu ele, ainda de boca cheia - Nem em advogados, nem em professores, muito menos na sua mulher. Agora me passe as batatas fritas.
Aquilo, pensou consigo, devia ser um sinal. Ou mais que um sinal, um alerta, um aviso de um espírito errante, "como a esposa do Mel Gibson em Sinais". Foi quando ele olhou para a fumaça do cachimbo e soube, tão certo quanto o próprio Chips estaria, que aquilo ali não cheirava bem. O Professor estava escondendo o jogo.
Penpal voltou da cozinha com uma bandeja fumegante cheia de biscoitos com gotas de chocolate. O Inspetor pegou um desses biscoitos e deu uma mordida. "Conte-nos, Rebimboca, o que você sabe sobre o banheiro irreal?", perguntou ele, de boca cheia. "O que há de errado com o Lado Direcho?".
Os holofotes voltaram-se para o Professor, que se engasgou com a tragada. Touché. Tendo baixado a guarda para apontar seu lápis número 2 preto com borracha na ponta, envolto em seu vão raciocínio, foi pego de surpresa. Estava cercado e Schultz declarara xeque, e ainda que sentisse um mal pressentimento sobre aquilo, como um bom jogador, Archibald reconheceu sua derrota e tombou o Rei. "Curdistão, 3.000 a.C.: Nove elefantes brancos surgem no deserto", disse o Professor Rebimboca, e esse foi seu grande erro número um.


Os Nove Elefantes Brancos, um mito árabe ancestral que enuncia o pacto do rei Eshtar da Suméria com as bruxas do leste distante pela vida eterna, bem como o Tratado de R. Burroughs -  (N.T.) Holistic University of the Temples of Syrinx, "Tratado ARP sobre o Oitavo Portal", Nova Inglaterra, 1869 - um estudo de Terrya Rajiv dos muros de Constantinopla, além dos autos de Dante, Cervantes, Borges e Gil Vicente, e tantas outras obras de ciência questionável, compõe a extensa bibliografia de "Otras Inquisiciones de la Superficie Estrictamente Inconmensurable", um compêndio impresso dos ensaios de Arturo Tallaferro publicados no El Lechero entre 44 e 49. O livro reunia uma coleção de contos, cartas e apêndices de seu diário pessoal, e teve uma pequena tiragem comemorativa no ano do centenário do jornal argentino. O manuscrito se perdeu no incêndio de 69, e depois disso os poucos exemplares remanescentes foram confiscados pelos militares e trancados nos arquivos da ditadura ou terminaram em alguma sopa de repolho na guerra das Malvinas. "A primeira vez que ouvi falar do Lado Direito foi numa convenção de filólogos em Rhode Island, no começo da minha graduação", confessou o Professor, temeroso. "Um investigador de Nova Orleans havia resgatado uma tradução perdida do Inqueries, e tinha razões para acreditar que ela estivesse ligada a um culto tribal de marinheiros, crioulos e ciganos, que adoravam a imagem de um deus maldito e faziam sacrifícios em seu nome, de modo que talvez os especialistas pudessem fornecer pistas para o esconderijo dos cultistas nos pântanos. A segunda vez foi em Coimbra, numa exposição do Museu da Abadia em 69, no Monastério de Santa Clara, uma exposição sobre demonologia. 


Linda 

- Alto lá, Professor – indagou Bookman - Está sugerindo que o que chamam de "Lado Direito" seria, por assim dizer, uma outra da realidade, tal como uma quarta dimensão? E se isso for verdade, que alguns de nós descobririam-se capazes de percebê-la, ao passo que para Henry, devido a algum tipo de anomalia espaço-temporal, foi possível atravessar de uma margem para a outra?
Pensaram.
- Você diz, como no videoclipe do A-Ha? Aquele com o Patrick Swayze?
- Não, é claro que não! - interveio Orson, contrariado – Aquele não é o Patrick Swayze, é o vocalista do INXS.

Três vezes o mordomo bateu os calcanhares. A lógica se dobrou, o teto tremeu, os lobos uivaram e sobre a mesa uma quinta xícara passou a existir.
- Isso é loucura! Estamos completamente sozinhos, ilhados no meio da nevasca, centenas de quilômetros do posto de gasolina mais próximo!
Penpal fez uma pausa, e como quem lida com uma criança pré-escolar, elucidou.
- Perdoe-me, Professor Rebimboca, mas de onde a criatura vem "tempo e distância são noções tão sólida quanto pudim de ameixa". A propósito, o que vão querer para a sobremesa?

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